sábado, 1 de outubro de 2016

Ganhando salário mínimo, faxineiro não abre mão de trabalhos sociais



Ganhando apenas um salário mínimo pelo trabalho como faxineiro em um supermercado, Emerson Alexandre Del Prado consegue fazer o que muitos considerariam impossível. Ele separa cerca de R$ 200 para a ONG Sciences, da qual é um dos fundadores em Suzano, no interior de São Paulo. “Às vezes aperta o mês, mas eu nunca desisti do projeto. No tempo de criança eu passei necessidade também”, conta ao G1.
O dinheiro é revertido em alimentos para fazer pelo menos uma sopa por semana para moradores de rua. A ONG ainda distribui roupas, brinquedos, livros e visita creches, escolas, hospitais e asilos. Se falta dinheiro, ele pede doação. Se ainda assim não consegue, recolhe material reciclável para vender.
Alexandre, como é mais conhecido, conta com o apoio de alguns amigos e de sua irmã para manter o trabalho. Os cadernos de protocolo guardados pelo faxineiro registram todas as doações de roupas e alimentos que já conseguiu distribuir ao longo dos 20 anos de trabalho à frente da ONG Sciences. O grupo de voluntários se formou em um clube de ciências escolar em 1996 e já encaminhou doações para mais de 500 famílias e 50 entidades.
Sem um espaço físico, Alexandre faz da casa onde mora com a mãe o coração da ONG. É com o seu telefone “pai de santo” - que só recebe chamadas - que ele aguarda os contatos para buscar as doações. No período da manhã, antes de ir trabalhar, visita as pessoas que a instituição acompanha e também busca doações de porta em porta. “Os recursos são poucos, tudo é feito pedindo. O povo me vê na rua e sai correndo porque sabe que eu vou pedir alguma coisa”, brinca.
Yahoo Notícias

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