sexta-feira, 3 de junho de 2016

Cuidado workaholics! Australiano passa dois anos 'sem conseguir sair do sofá' por fadiga crônica




Ele chegou ao auge da carreira aos 32 anos, estava se dedicando como nunca à produção de um livro de ficção, trabalhando na indústria de efeitos visuais da Austrália, criando imagens exibidas na TV e no cinema. Era um ótimo momento na vida profissional de Chris French, e ele, “workaholic”, como hoje admite, não poupava esforços para entregar os melhores resultados. Passou por cima de gripes, resfriados, noites de sono e cansaço físico para cumprir a rotina. Até que de repente, seu corpo disse “chega” e atividades cotidianas, como esvaziar uma máquina de lavar louça, se tornaram inviáveis para Chris.
“Parecia que eu tinha corrido uma maratona. Precisava me sentar por meia hora para recuperar o fôlego depois tirar as coisas da máquina”, contou. Chris não conseguia subir escadas e tampouco dirigir por mais de 10 minutos. Tudo era cansativo demais e ele procurou um médico para descobrir o que estava acontecendo. Então, veio o diagnótico de Síndrome da Fadiga Crônica. A doença causa exaustão profunda, além de dores de cabeça e no corpo, e dificuldade de concentração. Segundo a Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome da Fadiga Crônica, as causas ainda são obscuras e existe pouco conhecimento sobre tratamentos.
Os exames feitos por Chris apontaram uma queda na quantidade dos glóbulos vermelhos para um terço do normal. A recomendação foi repouso, com a promessa de que a doença iria desaparecer de forma natural. Mas os sintomas não diminuíram na primeira semana, tampouco depois de um mês. O escritor e designer teve que se afastar do emprego, parou de produzir seu livro, teve que adiar o casamento e passou dois anos e meio “sem conseguir sair do sofá”. “Eu assisti TV e muitos filmes, mas chegou um momento em que essa rotina não era mais tão legal. Parei de conversar com minha noiva, pois sentia que não tinha nada de interessante para contar e não queria mais ver meus amigos”, lembrou.
A Síndrome da Fadiga Crônica é uma doença rara, mais comum em pessoas entre 25 e 45 anos. Os tratamentos são focados no alívio dos sintomas, e podem combinar medicamentos e terapias. Chris tomou injeções com suplemento de ferro, recebeu prescrição de antidepressivos e consultou imunologistas para encontrar uma cura. Sem sucesso. Participando de sessões de terapia no centro especializado em fadiga crônica da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, Chris recuperou parte da disposição física e melhorou a capacidade de concentração. “Após três meses, estava fazendo caminhadas e treinando meu cérebro com jogos em níveis cada vez mais difíceis”, lembrou.
“Eu voltei a conseguir esvaziar a lava-louças, podia caminhar pelas lojas, escrever e-mails e ler um livro. Mas não importava o quanto me esforçasse, eu era apenas 65% da pessoa que costumava ser. Estava estagnado e ninguém sabia como me ajudar”, disse.
Dois anos já haviam se passado, Chris estava completamente sem esperanças na medicina moderna, até que sua noiva surgiu com a proposta de partir para medicina alternativa. “A chefe dela falou sobre uma pessoa com Síndrome da Fadiga Crônica que conseguiu melhoras após passar pelo The Lightning Process’”, afirmou Chris. O programa criado nos anos 1990 tem duração de três dias e promete ensinar a controlar os sintomas de estresse refletidos no corpo. "Parecia coisa que você encontra nessas revistas baratas”, comentou. Porém, Chris decidiu experimentar.
O curso de três dias deu resultado. Chris descobriu ações que tiveram impacto negativo em sua vida, que era uma pessoa ansiosa, e não reagia bem em situações de estresse. “Eu continuo trabalhando em progredir, mas agora só faço o que torna minha vida melhor”, disse. Ele conseguiu se casar, terminou o livro que estava escrevendo, começou a produzir uma outra história sobre a Segunda Guerra Mundial e está dando aulas de efeitos visuais. “Trabalho meio período e o resto do tempo passo escrevendo”, explicou. Todos os dias, Chris avalia as atividades que está fazendo, para não deixá-las “tomarem o controle” novamente.

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