Ganhando apenas um salário mínimo pelo trabalho como faxineiro em um supermercado, Emerson Alexandre Del Prado consegue fazer o que muitos considerariam impossível. Ele separa cerca de R$ 200 para a ONG Sciences, da qual é um dos fundadores em Suzano, no interior de São Paulo. “Às vezes aperta o mês, mas eu nunca desisti do projeto. No tempo de criança eu passei necessidade também”, conta ao G1.
O dinheiro é revertido em alimentos para fazer pelo menos uma sopa por semana para moradores de rua. A ONG ainda distribui roupas, brinquedos, livros e visita creches, escolas, hospitais e asilos. Se falta dinheiro, ele pede doação. Se ainda assim não consegue, recolhe material reciclável para vender.
Alexandre, como é mais conhecido, conta com o apoio de alguns amigos e de sua irmã para manter o trabalho. Os cadernos de protocolo guardados pelo faxineiro registram todas as doações de roupas e alimentos que já conseguiu distribuir ao longo dos 20 anos de trabalho à frente da ONG Sciences. O grupo de voluntários se formou em um clube de ciências escolar em 1996 e já encaminhou doações para mais de 500 famílias e 50 entidades.
Sem um espaço físico, Alexandre faz da casa onde mora com a mãe o coração da ONG. É com o seu telefone “pai de santo” - que só recebe chamadas - que ele aguarda os contatos para buscar as doações. No período da manhã, antes de ir trabalhar, visita as pessoas que a instituição acompanha e também busca doações de porta em porta. “Os recursos são poucos, tudo é feito pedindo. O povo me vê na rua e sai correndo porque sabe que eu vou pedir alguma coisa”, brinca.
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